09/01/2025 19h39 | Por: Redação/fonte G1
O comandante-chefe do Exército libanês, Joseph Aoun, foi eleito presidente do país nesta quinta-feira (9), após receber o voto de 99 dos 128 deputados no Parlamento. O resultado é um reflexo das mudanças no equilíbrio geopolítico no Oriente Médio, com o enfraquecimento do movimento Hezbollah após os ataques israelenses e a queda de Bashar al-Assad na Síria.
Desde 2022, o Líbano estava sem um presidente e vivia um impasse. Cabe ao Parlamento eleger um novo mandatário. No entanto, desde então, a classe política não conseguiu chegar a um acordo.
“Hoje começa uma nova era na história do Líbano”, disse Aoun em seu primeiro discurso, se comprometendo a iniciar rapidamente as consultas para nomear um primeiro-ministro.
Aoun também declarou que se dedicaria a reafirmar o direito do Estado a ter o “monopólio das armas”, em referência à guerra entre o movimento Hezbollah e Israel. Ele afirmou que respeitaria a “trégua” com o país.
O acordo de cessar-fogo, supervisionado pelos Estados Unidos, a França e a ONU, prevê o envio do Exército libanês para as áreas de fronteira à medida que as forças israelenses se retirem das áreas ocupadas durante o conflito, que começou em setembro do ano passado.
O Hezbollah também deve retirar suas tropas ao norte do rio Litani e desmantelar infraestruturas militares na área. Em uma mensagem no X, o chanceler israelense, Gideon Saar, disse que espera que Joseph Aoun “contribua para a estabilidade do país e as boas relações com os vizinhos”.
O novo presidente confirmou seu favoritismo depois que o candidato do Hezbollah, Suleiman Frangieh, desistiu de participar da eleição e declarou seu apoio a Aoun.
O militar conseguiu obter a maioria após uma reunião entre representantes dos blocos pró-iranianos do Hezbollah e seu aliado, o movimento Amal. O comandante-chefe do Exército também foi apoiado pelos Estados Unidos e pela Arábia Saudita.