Frei Patton: “máquinas nunca poderão substituir o trabalho do jornalista”


28/05/2024 18h34 | Por: Redação/fonte Canção Nova

Na 19ª edição do Festival de Economia, realizado em Trento, na Itália, o padre participou de uma mesa-redonda em que discutiu, entre outros assuntos, o impacto da inteligência artificial 

Como parte da 19ª edição do Festival de Economia, o custódio da Terra Santa, padre frei Francesco Patton, participou no domingo, 26, de uma mesa-redonda sobre guerras, a crise climática, a transição ecológica e o impacto da inteligência artificial no futuro das pessoas, do trabalho, das comunidades e das democracias. É o que informa o site da Custódia da Terra Santa.

O religioso franciscano alertou sobre o risco de esses novos instrumentos se tornarem “dominantes em campos como o militar, o da justiça e até mesmo da informação”. O custódio também alertou para que não se confie em notícias de segunda ou terceira fonte, mas que se “consuma as solas dos sapatos, vá a campo, conheça as pessoas, respire a atmosfera para entender e compreender o que se quer contar”.

Capacidade crítica, consciência pessoal e ética profissional

Nesse sentido, concluiu o padre frei Patton, “as máquinas nunca poderão substituir o trabalho do jornalista, que, no entanto, deve ter um esforço a mais de estudo, formação, capacidade crítica, consciência pessoal e ética profissional e civil”.

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O Festival de Economia de Trento, norte da Itália, também contou com a presença, dias atrás, da primeira-ministra Giorgia Meloni, do presidente da Conferência Episcopal Italiana, cardeal Matteo Zuppi, e de dois Prêmios Nobel: Michael Spence (Prêmio Nobel de Economia em 2001) e Muhammad Yunus (Prêmio Nobel da Paz em 2006).

“Passos para a Paz”, promovido por “Economia de Francisco”

Da Custódia chega também a notícia de que, no dia 24 de maio, em Rovereto, o custódio da Terra Santa levou uma saudação aos participantes da marcha organizada pela Associação das Missões Franciscanas de Trento. O encontro foi realizado no local onde, durante a Primeira Guerra Mundial, funcionou a linha de frente e onde hoje se encontra o grande sino do Memorial de Guerra, construído há 100 anos. A informação foi dada no site da Custódia da Terra Santa.

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“Levarei esta corda, símbolo da marcha de vocês, a Jerusalém, ao Getsêmani”, disse o custódio, destacando uma conexão entre os dois lugares: “A Igreja das Nações é um símbolo do compromisso com a paz após a Primeira Guerra Mundial, assim como o Sino dos Caídos em Rovereto foi feito com o bronze dos canhões dos exércitos que se enfrentaram naquela guerra”. O evento fez parte da iniciativa mais ampla “Passos para a Paz”, promovida pelo movimento “Economia de Francisco”.

Um compromisso com a paz, contra toda guerra

É uma espécie de “peregrinação em pedaços”: somando os passos de todos os participantes, o objetivo é cobrir a distância entre Assis e Jerusalém (quase quatro mil quilômetros), em memória da viagem feita há 800 anos por São Francisco, que, desarmado, chegou aos portões do Cairo para encontrar o sultão Malik al-Kamil. “Agradeço pelo testemunho de vocês”, acrescentou Patton.

“Seus passos, unidos aos de todos aqueles que caminharão em nome da paz em todo o mundo, representam uma indicação e um compromisso contra toda guerra. Mesmo quando esse parece ser um caminho difícil e proibitivo”. Todas as noites, às 21h30, com cem badaladas, o Sino do memorial dos caídos relembra todas as vítimas da guerra e pede um compromisso com a paz.