19/11/2025 16h54 | Por: Redação/teixeiraurgente
Um novo episódio marcou, nos últimos dias, a investigação de possíveis faltas funcionais atribuídas ao juiz Leonardo Coelho, titular da 1ª Vara Cível de Teixeira de Freitas. Segundo informações apuradas pelo portal Teixeira Urgente, o magistrado teria afirmado, durante reunião com advogados da região, que o corregedor-geral do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), desembargador Roberto Frank, manipulou provas para incriminá-lo em um procedimento administrativo.
De acordo com as fontes, o encontro ocorreu a portas fechadas e foi intermediado pela advogada Lara Neves, descrita como amiga próxima do juiz. Na reunião, Leonardo Coelho teria dito que o procedimento aberto pela Corregedoria seria “uma farsa” motivada por perseguição pessoal.
O magistrado atribuiu essa suposta perseguição ao posicionamento que adotou durante as eleições da Associação dos Magistrados da Bahia (AMAB), quando, segundo ele, defendeu investigações contra “juízes corruptos”, o que teria desagradado parte da cúpula do tribunal, incluindo o corregedor Roberto Frank.

Ainda conforme relatos, o juiz afirmou acreditar que o corregedor teria editado vídeos e manipulado provas colhidas durante inspeção realizada no Fórum de Teixeira de Freitas, em novembro de 2024, com o objetivo de justificar a abertura do procedimento disciplinar, que tramita sob segredo de justiça. Durante o encontro, o magistrado teria tentado exibir trechos desses materiais aos advogados presentes.
A gravidade das declarações fez com que alguns dos participantes levassem o caso ao conhecimento da direção da subseção da OAB de Teixeira de Freitas. A situação motivou uma reunião extraordinária da entidade, registrada em vídeo, com a presença do presidente Ali Abutrabe, outros dirigentes e advogados que estiveram na reunião com o juiz, incluindo Lara Neves. Segundo fontes, os advogados confirmaram que o magistrado afirmou que o corregedor “manipulou provas para prejudicá-lo”.
Especialistas consultados pelo portal apontam que, se comprovadas as declarações atribuídas ao juiz Leonardo, a situação pode ter desdobramentos criminais. Ao imputar ao corregedor o crime de fraude processual, o magistrado, em tese, poderia ter incorrido no crime de calúnia, o que exigiria dele a comprovação de que houve, de fato, manipulação de provas.
Os especialistas também alertam para outra possível infração: caso o juiz tenha exibido aos advogados documentos e vídeos pertencentes a um procedimento que tramita sob segredo de justiça, ele pode ter cometido violação de sigilo funcional.
Até o momento, o Tribunal de Justiça da Bahia não se pronunciou oficialmente sobre as novas declarações atribuídas ao magistrado.