Pai de criança morta na UMMI rebate declarações do vereador Marquinhos Gomes


31/05/2024 23h53 | Por: Alexandro Sousa/teixeiraurgente com MTB-0006235

Na sessão do dia 21 deste mês, os familiares de João de Souza Matos, uma criança de 10 anos que faleceu no dia 28 de abril na Unidade Municipal Materno-Infantil (UMMI) de Teixeira de Freitas, compareceram à Câmara de Vereadores em protesto, exigindo respostas e punições para os responsáveis. A família alega que a morte da criança foi causada por negligência médica, devido à falta de um respirador.

Durante a sessão, a avó da criança subiu à tribuna para falar sobre o ocorrido. Após seu o seu desabafo, o vereador Marquinhos Gomes, aliado do prefeito, declarou: “Nesta tribuna não devemos aceitar teatro. Isso aqui é uma casa séria, uma casa de leis e uma casa que fiscaliza.” Ele também afirmou que os vereadores não são policiais para investigar crimes, dizendo que essa responsabilidade cabe à polícia e ao Ministério Público.

Declarações do vereador Marquinhos Gomes

Na semana que se seguiu, houve muitos comentários sobre a declaração de Marquinhos Gomes, sugerindo que ele teria criticado a presença da família na Câmara, acusando-os de fazer teatro a pedido do vereador Lucas Bocão.

Na sessão da última terça-feira (28), Zé Mota, pai de João, pediu a palavra e esclareceu a situação. Ele afirmou que seu filho morreu devido à falta de compromisso da médica e de alguns funcionários, que mentiram sobre ter contatado todos os hospitais em busca de um respirador. Zé Mota explicou que, após ele mesmo entrar em contato com o prefeito de Prado, com o presidente da câmara de vereadores do Prado e com o hospital local, conseguiu um respirador. No entanto, quando o equipamento chegou ao hospital, a médica informou que havia conseguido uma transferência, mas a criança não aguentou e veio a óbito.

Respondendo às declarações do vereador Marquinhos Gomes, Zé Mota discordou, ressaltando que conhece Lucas Bocão apenas publicamente e nunca conversou com ele. Ele destacou que, embora os vereadores não sejam policiais, têm o poder dado pelo povo para abrir investigações e apurar não só a morte de seu filho João, mas também outras mortes de crianças na UMMI.