22/10/2024 17h23 | Por: Redação/fonte brasilparalelo
O regime comunista já tinha diminuído a quantidade de farinha por habitante.
A ditadura cubana voltou a restringir o acesso da população a alimentos. Recentemente, o governo anunciou que irá distribuir apenas 345 gramas de frango por habitante. Essa medida é mais um capítulo na série de reduções no fornecimento de produtos essenciais no país.
Em setembro deste ano, o regime socialista já havia diminuído o peso do pão, que passou de 80g para 60g, devido à escassez de trigo. Outros itens básicos, como arroz e sal, também estão sendo distribuídos em quantidades reduzidas nos mercados da ilha. Além disso, produtos como óleo e café estão em falta, e o governo alertou que a próxima distribuição não incluirá pasta de dente, pela falta de matérias-primas.
Rosalía Terrero, funcionária de uma loja de alimentos em Cuba, afirmou em entrevista à AFP que a situação é muito delicada: “Se não se tem arroz ou macarrão na mesa, não parece tão grave, mas não ter nada bate muito forte. O cubano segue corajoso desde que se levanta até dormir, há quem acorde sem nada, apenas com água e açúcar, se tiver.”
A população tem buscado alternativas em lojas privadas, que surgiram há apenas três anos, ou em estabelecimentos estatais que aceitam apenas moedas estrangeiras. Entretanto, os preços nesses locais são muito elevados e inacessíveis para a maioria dos cubanos. Com um salário médio de apenas R$ 230,89 por mês, cerca de 89% da população vive em extrema pobreza.
Cuba enfrenta uma das piores crises econômicas desde a década de 1990, após o colapso da União Soviética, que era o principal financiador da ilha. A inflação no país cresce em torno de 30% ao ano e a produção agrícola tem caído, dificultando ainda mais a situação. Além disso, o governo tem encontrado obstáculos para importar alimentos.
O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, atribui parte dessas dificuldades ao embargo comercial imposto pelos Estados Unidos desde os anos 1990. “O custo da cesta básica de alimentos para um ano é de aproximadamente US$ 1,6 bilhão, o que equivale a cerca de quatro meses de bloqueio”, afirmou Rodríguez.
Apesar disso, desde os anos 2000, o governo dos EUA autoriza a venda de alimentos para Cuba, desde que o pagamento seja feito de forma antecipada e em dinheiro, o que tem sido um desafio para a fragilizada economia cubana.
A crise em Cuba, e as dificuldades enfrentadas pela população sob o regime comunista, foram tema de análise no quarto episódio da série “História do Comunismo“, produção original da Brasil Paralelo, que reúne especialistas e relatos de pessoas que vivem sob esse regime.