MP-SP nega busca por ‘laicização’ com ação que atinge fundação que mantém a Canção Nova


29/01/2025 10h34 | Por: Redação/teixeiraurgente

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) divulgou nota nesta terça-feira a respeito de uma ação civil pública que provocou barulho nas redes sociais ao pedir a intervenção na Fundação João Paulo II, responsável por manter a Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP). A promotoria assegurou que as versões de que a ação tem o intuito de promover a “laicização” da entidade “não têm a mínima procedência”.

O pedido feito pela promotora de Justiça Marcela Agostinho Gomes Ilha, segundo o MP-SP, busca “assegurar a autonomia da instituição, dotando-a das melhores práticas de governança para que continue cumprindo as tarefas previstas em seu estatuto”.

“A Promotoria de Cachoeira Paulista reconhece a indissociável comunhão do povo paulista com a fé católica. Assim, é imperativo ressaltar que a ação em questão não aborda aspectos relacionados à fé ou ao exemplar trabalho benemérito realizado pela instituição religiosa em favor da população. O que se exige agora é tranquilidade para que a Justiça se manifeste no plano estritamente técnico”, disse o órgão, em nota.

A Fundação João Paulo II é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, criada em 1982 pelo Monsenhor Jonas Abib e hoje presidida pelo Padre Wagner Ferreira da Silva. Na ação ajuizada na semana passada, o MP-SP afirma que a entidade tem atuado com “nítido desvio de finalidade, denotando o controle da entidade a favor dos interesses da Comunidade Canção Nova”.

O Padre Wagner publicou vídeo na sexta-feira passada em que acusa o MP-SP de “buscar laicizar” a fundação e afirma que a ação civil “ameaça diretamente a missão de evangelização” da entidade.

“A Fundação não pode se prestar, como deseja o Ministério Público, a ser uma promotora de políticas públicas pura e simplesmente e sim ser o braço que sempre serviu como meio de evangelização. Nós não vamos permitir que isso aconteça. Vamos tomar todas as medidas legais cabíveis para defender a Fundação João Paulo II, a Canção Nova e a missão de evangelização confiada à nossa comunidade”, publicou o padre.

O suposto intuito de tornar a fundação uma entidade laica mobilizou nos últimos dias lideranças da direita e canais de comunicação mais alinhados com esse núcleo. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), o senador Cleitinho (Republicanos-MG) e a vereadora Zoe Martínez (PL-SP) foram alguns dos expoentes que fizeram publicações em defesa da mantenedora da Canção Nova.

O deputado Nikolas Ferreira (PL) usou suas redes para declarar apoio à comunidade Canção Nova e disse estar preocupado com a ação do MP paulista.

“Recebi com preocupação a notícia sobre a ação judicial que questiona a relação entre a Fundação João Paulo II e a Comunidade Canção Nova, criada pelo Monsenhor Jonas Abib, um grande exemplo de dedicação à evangelização. Manifesto meu apoio à Comunidade e à sua missão. Estou acompanhando o caso com atenção e permanecerei à disposição para contribuir no que for possível”, escreveu Nikolas.

O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) também usou suas redes sociais para criticar o MP e convocou apoiadores religiosos para se mobilizarem contra a ação: “Você católico e cristão, precisamos nos mobilizar. O ministério público quer acabar com a Canção Nova”.

“Esse evento é de evangelizar. O MP quer desevagelizar fundação ligada a Canção Nova, quer laicizar a fundação. Mas, gente, sabe para que serve a Canção Nova? Para evangelizar”, disse Cleitinho.